sábado, 23 de abril de 2011

E à cada noite, cuja outrora inaudita ternurafinda,
se dá por esvaída em meus olhos brutos
e eu sou todo massa e um calor tão característicos,
que eu devia ser estudado como a coisa que me tornei

Como um isso que sempre traz a mesma história
que sente a vida retroceder alarmante para depois
lhe quebrar nas costas em solavanco abrupto
só para lhe dar a esperança de um nunca mais

Porque nunca me disseram que pode-se ser feliz e sofrer
e que tudo pode se dar como se quer e ainda assim
posso me achar pequeno e alvo imolado à uma paixão
que pulsa e me deixa tão longe de onde eu estava

Mas sem uma antes. E tampouco há ver um depois.
sem tempo, sem linha, sem nada que o clarão do Sol
que perpassa a carne de meus dedos de unhas sujas
possa me ocultar do maciço do meu interno.

E eu poderia matar essa paixão, como quem se mata aos golinhos
com medo de ferir algo que se esconda além da vida viva
e só quer na suspensa apnéia, se viciar no ar de um folêgo roubado
e dele fazer éter e ascender aos mistérios próprios de quem ministra
os anos com o saber sádico de que eles não passam

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