quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aerial II

Quando encurta a sombra
e todos os amantes são um só,
no coro negro do bando todo
pássaros grasnando terríveis
presságios da ordem da cama
e os segredos de lençol e traves-
seiro. Para começar algo novo,
mata-se a noite em que se deita
e tem-se algo outro num só cor-
po maciço e antigo.O céu é sem-
fim em mel e as asas pretas caem
sobre mim, sacrifício feliz e pronto
ao deuses perdidos de outrora.
O rito esquecido se perfaz ao cair
do meu sangue enegrecido e do
tilintar dos meus pobres ossos,
que ao fim do meu amor, são tudo
que de mim resta, nos ecos de uma
escuridão que já passou sua sombra
pela minha cabeça mais vezes do que
o sol de uma clara manhã de verão

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